Uma percepção errada sobre a representatividade da cruz faz com que muitos ou dêem excessivo ou nenhum valor à cruz de Cristo. Tendo surgido como uma forma de condenação vexatória, pois era vista como a condenação dos amaldiçoados, a cruz acabou se tornando um símbolo cristão, já que se tornou o altar do holocausto do Cordeiro de Deus. Como já ministrado anteriormente, a sombra da cruz revelava a disposição do mobiliário de culto dentro do santuário, além de indicar o caminho para o reino dos céus. A posição da cruz, cravada no chão e apontando o céu, indica o amor de Deus pela humanidade, conforme indicado em:
“Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3.16).
O apoio dos pés de Cristo aponta para o próprio local de sacrifício, onde o cristão rejeita o mundo e se volta a Deus. A altura do madeiro, intermediária entre o apoio dos pés e a trave horizontal, revela a necessidade de purificação através da morte do homem movido pelo mundo e o nascimento do homem movido pelo Espírito através do batismo.
“Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.” (Mc 16.16)
A necessidade de busca do Espírito Santo para receber o batismo com fogo, alude ao candelabro – posição referente à altura em que foi pregada a mão direita de Cristo –, que, assim como os que estavam no cenáculo, exige que a busca seja debaixo de muita oração e súplica – ponto de intersessão da trave vertical com a horizontal, perto de onde estava o coração do Senhor Jesus, sabendo que o altar do incenso representa a devoção oracional do cristão –; enquanto é mantida a comunhão e é praticada a ceia do Senhor, apontando para a mesa dos pães, ou para o ponto da trave horizontal onde fora pregada a mão esquerda de Cristo. Ao colocarem uma coroa de espinhos na cabeça de Cristo, e, a placa com a inscrição “Jesus Nazareno Reis dos Judeus”, ao se observar as iniciais em hebraico, porém com as letras do alfabeto latino, temos “YHWH”, o que é o mesmo que Yhaweh, o nome do Pai. Então, o topo da cruz, representando o lugar santíssimo, o trono da glória de Deus, no ponto mais alto da cruz, onde se vê o apontar da terra para o céu como um sinal da salvação em Cristo, não em um cordeiro de um rebanho.
“E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.” (At 2.1-4).
Da base, representando a entrada do átrio, até o apoio dos pés, onde os pés do Senhor Jesus estavam pregados e representava o altar do holocausto, esta primeira parte demonstra a posição de fé em que se faz a confissão de pecados e se demonstra o arrependimento, isto é:
a verdadeira conversão, pois exige o auto-sacrifício em reconhecimento de culpa e busca pelo perdão.
Da parte onde estavam os joelhos até o abdomen, representando a pia de bronze, identifica-se:
a fé crescente, que faz o cristão buscar e ansiar pelo batismo nas águas.
Do lado direito do Senhor pregado na cruz, a representação de sua promessa, na representação da Menorah, isto é, o Candelabro de ouro puro, a necessidade de se buscar o Espírito Santo. Conforme está escrito, esta é a promessa:
Disse Jesus: “Se me amardes, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece, mas vós o conheceis, porque habita convosco e estará em vós.” (Jo 14.15-17).
De igual modo, lembrando que o cristão não deve julgar aos outros para que não seja julgado (Mt 7.1-2; Lc 6.37), o Senhor declara aos seus discípulos a necessidade de manter a prática da Santa Ceia – representação da Mesa dos Pães da Proposição –, realizada conforme a doutrina denominacional em memória do Senhor Jesus Cristo.
“ E, enquanto comiam, Jesus tomou o pão, e, abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo. E, tomando o cálice e dando graças, deu-lho, dizendo: Bebei dele todos. Porque este é o meu sangue, o sangue do Novo Testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados. E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide até aquele dia que beba de novo convosco no reino de meu Pai.” (Mt 26.26-29).
A vida do cristão deve se firmar em muitas orações e súplicas – pela representação do Altar do Incenso – para chegar ao coração do Senhor.
Disse o Senhor Jesus: “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas; porque eu vou para meu Pai. E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.” (Jo 14.12-14). E, quando Jesus fez secar a figueira infrutífera, os apóstolos se admiraram. “Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que foi feito à figueira, mas até, se a este monte disserdes: Ergue-te e precipita-te no mar, assim será feito. E tudo o que pedirdes na oração, crendo, o recebereis.” (Mt 21.21-22).
A cabeça de Cristo, coroada com uma coroa de espinhos que representa as muitas angústias da vida. Contudo, tem sobre si a placa que o denomina Rei dos Judeus e cujas iniciais em hebraico apontam o nome do Senhor – eis aí o lugar santíssimo, o Santo dos Santos –, identificado como o lugar onde estão a Arca da Aliança e o Propiciatório, isto é, o trono de Deus. Então eis que:
“Não seja, pois, blasfemado o vosso bem; porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.” (Rm 14.16-17).